A ODISSÉIA DE CACÁ
Toda historia que começa com o termo “era uma vez” acontece só nos contos de fada e nas musicas de Sandy e Junior.
Apenas quero apresentar CACÁ, filha de militar, com 6 irmaos, sendo duas meninas, onde existe uma diferença de quase 11 anos, entre as meninas. Cacá cresceu junto aos três irmãos (meninos) mais velhos jogando bolinha de gude, empinando pipa, não por falta de boneca, simplesmente, como o pai era transferido, dificilmente criava raízes.
Sua primeira experiência sexual, já estava na faculdade, entre os 22 ou 24 anos, quando foi estuprada por um aluno, que estava tendo este comportamento em série. Após este período teve uma pneumonia gênito-urinária.
Mais tarde, aos 28 anos, por ser militante desde o tempo de secundarista, estava tomando um porrinho com um colega de partido, na casa da mãe dele, , quando pintou clima o colega de partido disse que não havia problema vez de que ela corria o risco de engravidar, vez que havia feito vasectomia, só que após nove meses nasceu seu único filho, que hoje conta com quase 20 anos. Cacá sabia que não podia ter filho naquele momento, uma vez que a pneumonia teria causado uma ulceração no útero, mas mesmo sendo uma gravidez de risco, preferiu ter o filho.
Cacá não era totalmente descuidada, mas ouvia falar que hiv/aids era um peste gay, que ela , no caso, nunca prestou a atenção. Depois de voltar a terra natal esteve na região norte, onde teve por duas vezes leishmoniose. e que teve que tomar 120 glucantine. Ela consegui as seringas, só não sabia se a seringa que entregava nos postos de saúde e farmácia eram as mesmas levadas por ela, ainda no Pará teve uma hemorragia indo de Redenção a Belém e não sabe se recebeu sangue ou não.
Em 1997 , teve uma segunda cirurgia, na primeira já se havia constatado que ela não tinha hiv, em 1992. Sendo que continuava com hemorragia, e era um cisto no qual perdeu a trompa e o ovário esquerdo,
Já havia retornado a sua terra natal, vindo de Três Lagoas, desde 1996, quando conheceu através de um colega de profissão, também advogado. Bem, não foi através do colega advogado, o cliente dele era uma espécie de lampião com Robin hood e Cacá tinha fama de Maria Bonita, pois entre seus dotes, tinha fama de ser valente e brava e não ter receio de trabalhar numa região exclusiva de homem que é o sertão pernambucano; Como diz o ditado “juntou a fome com a vontade de comer”. O Lampiao conseguiu quebrar as barreiras de Maria Bonita, só que ela pediu que ele se limpasse na justiça, como ela não poderia funcionar nos processos, por uma questão ética, se comprometeu a auxiliar o advogado dele, foi um relacionamento de muitos anos, entre prisões, jurí , ameaça e morte de membros da família dele, fugas e outras causos referentes a esta tipo de matéria.
O ano de 1999, começou a ter dificuldade de trabalhar,e teve baixas hospitalares. So no final de janeiro de 2000, quando já se encontrava pele e osso e mais uma vez internada, fez exame para sífilis, meningite , hepatite e outros ites e aids que deu positivo, foi assim que o medico informou e saiu do quarto, deixando-a sozinha.
]Cacá chorou como qualquer pessoa , sua sorte que chegou sua irmã e as duas puderam chorar e rir juntas. Como uma pessoa religiosa, muita gente pediu que ela pedisse a Deus, enquanto esperava o resultado de confirmação, através do exame wester-blot, para que as coisas fossem diferentes, e ela replicou que fosse feita a vontade do Pai.
Após 10 ou 15 dias , saiu o resultado do segundo exame, que confirmava a doença crônica, na época vista como fatal,. No ano de 2000, não trabalhou, quando solicitou que a isençao do pagamento da sua anuidade da OAB..
Neste mesmo ano se aposentou, mas depois por uma questão de não contrair uma depressão maior ou mal de Alzheimer continuou a exercer a profissão como advogada autônoma. No inicio não disseram, mas depois o pessoal do fórum , advogados, juizes, desembargadores tinham receio de Cacá mas tiveram que aprender sobre a doença para poderem conviver normalmente com uma profissional acometida de hiv/aids e passaram a respeita-la como toda e qualquer advogada, só que respeitavam os seus períodos de convalescença, a única dificuldade que houve até aquele periodo foi o seu filho, o qual ela não desconfiava que convulsionava, com crise ausência e o mesmo , hoje, se encontra na casa dos 200kg por sentimento de perda materna e o pai sempre foi um pai ausente.
Cacá nunca teve dificuldade de exercer sua profissão de uma mais lenta mas com afinco, no entanto, como seu filho se encontrava em depressão, passou a se preocupar e resolveu mudar de ares, retornou a viver em Três Lagoas, onde já havia morado há vinte anos atrás, deixando apto., suas coisas, amigos, tudo para trás, recebendo apoio dos vicentinos, que também é consorcia, GAE/vida, SAE e dos demais órgãos da prefeitura.
Como sua documentação da OAB não chegou na cidade, tem resolvido problemas em causa própria, sente-se constrangida que a OAB daqui não a tem recebido e uma juíza , que por motivos éticos não citaremos nomes, afirmou que não lhe daria tratamento diferenciado mesmo Cacá sendo portadora de necessidades especiais, que além de ser uma pessoa vivendo com HIV/aids, ainda é uma paciente glaucomada com perda parcial de visão .... e ainda não entende o por que que uma conciliadora, juíza leiga, pode sentenciar um processo , sendo que a juíza togada, apenas homologa. Cacá com seu pouco tempo de experiência profissional, apenas mais de 20 anos de carreira, desconhece esta pratica.
Como esta tendo dificuldade em exercer a profissão liberal, colocou um sebo(compra e venda de livros e revistas) , está trabalhando com informática e artesanato com o filho e a sobrinha, que parece mais a filha que queria ter, inclusive participando da venda de seu material em dias de feira.
Concluindo, a situação de Cacá, apesar das dificuldades, , a tem fortalecido para crescer e amadurecer, as pessoas não devem se sentir doentes, mas através do amor e fortalecimento a conviver o seu dia a dia como um aprendizado para que ela possa crescer e as pessoas em sua volta se lapidem tambem
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